Faltando pouco para o lançamento oficial do Nintendo Switch 2, marcado para 5 de junho, um novo relatório da Bloomberg aponta que a empresa japonesa já teria estocado mais de um milhão de unidades do console nos Estados Unidos. Essa movimentação logística, segundo dados de exportação obtidos pelo portal, vem sendo reforçada há meses, com a maior parte dos embarques partindo do Vietnã.
Em janeiro, foram enviados aproximadamente 383 mil consoles ao território norte-americano. Já em fevereiro, esse número saltou para mais de 700 mil unidades — o que evidencia a preparação agressiva da Nintendo para garantir uma boa distribuição inicial. Apesar de os dados alfandegários não especificarem se os produtos enviados são exclusivamente Switch 2, a Bloomberg afirma que o padrão dos registros indica fortemente esse destino.
A movimentação também ocorre em um momento político delicado. O ex-presidente Donald Trump, em sua tentativa de reeleição, suspendeu temporariamente a maior parte das chamadas “tarifas recíprocas” por 90 dias. Isso significa que países como Vietnã e Camboja, onde boa parte dos produtos da Nintendo são fabricados, agora enfrentam uma taxa de importação de 10% — em vez dos mais de 40% anteriormente aplicados. Essa brecha abriu espaço para que empresas como a Nintendo e até mesmo a Apple corressem para reforçar estoques nos EUA.
A Nintendo, inclusive, atrasou o início da pré-venda do Switch 2 em solo americano, o que levantou suspeitas sobre um possível aumento no preço final do console — especula-se que ele possa ultrapassar a marca dos US$ 449,99. No entanto, a estratégia de antecipar os estoques pode ajudar a empresa a segurar o preço, evitando repassar os custos de tarifas ao consumidor.
Em entrevista recente à CNBC, Doug Bowser, presidente da Nintendo of America, confirmou que a companhia está se antecipando à demanda com planejamento logístico global. “Tivemos tempo para construir estoques em escala global”, afirmou o executivo, reforçando o foco da Big N em garantir um lançamento robusto.
A expectativa agora é que o número de unidades enviadas aos EUA continue crescendo nas próximas semanas, enquanto a empresa aproveita o alívio temporário nas tarifas e se prepara para a alta demanda no lançamento. A estratégia não é isolada. A Apple, por exemplo, também tem reforçado seus estoques no país como forma de mitigar os impactos do aumento generalizado das tarifas de importação, especialmente sobre produtos fabricados na China — que já enfrentam taxação de até 125%.
Com o Switch 2 prestes a chegar às prateleiras e a Nintendo movimentando peças nos bastidores, tudo indica que a próxima geração do console híbrido será lançada com força total nos Estados Unidos, um dos mercados mais estratégicos da companhia.