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sexta-feira, abril 18, 2025

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Startup que prometia IA revolucionária usava humanos escondidos nos bastidores, diz investigação

O sonho de uma inteligência artificial capaz de fazer compras online com um único clique se tornou um escândalo judicial nos Estados Unidos. Albert Saniger, fundador e ex-CEO da startup Nate, está sendo acusado de enganar investidores ao levantar mais de US$ 40 milhões com promessas falsas sobre o uso de tecnologia avançada. Segundo a Justiça americana, o sistema nunca funcionou como prometido — e quem realmente processava as compras eram trabalhadores humanos, em sua maioria atuando remotamente nas Filipinas.

A empresa, criada em 2018, vendia a ideia de um assistente virtual capaz de finalizar pedidos online sem intervenção humana, preenchendo dados de envio, pagamento e confirmação em poucos segundos. Saniger afirmava que o sistema operava com taxas de sucesso entre 93% e 97%, usando redes neurais que imitavam decisões humanas. Mas, de acordo com o Departamento de Justiça, essa tecnologia nunca existiu de fato.

A investigação aponta que, por trás da interface que prometia conveniência, havia uma operação oculta com centenas de pessoas contratadas para simular o funcionamento da suposta IA. Mesmo assim, Saniger continuou a divulgar publicamente que o processo era automatizado e chegou a orientar seus funcionários a manter esse segredo. Os promotores afirmam que, até o fim de 2021, a taxa de automação do app era praticamente zero.

O colapso começou quando, em 2022, uma reportagem do site The Information expôs as falhas e exageros da Nate. Pressionado, Saniger ordenou o desenvolvimento de bots automatizados — algo que ele mesmo já havia criticado publicamente, chamando de “bots burros”. No entanto, já era tarde demais: em janeiro de 2023, a empresa ficou sem dinheiro e vendeu seus ativos, deixando prejuízos quase totais aos investidores.

Agora, Saniger enfrenta acusações formais de fraude de valores mobiliários e fraude eletrônica. Se condenado, pode pegar até 40 anos de prisão. Procurado pela imprensa, o ex-CEO não comentou o caso. Seu perfil no LinkedIn informa que ele deixou o comando da Nate em 2023 e passou a atuar como sócio de uma firma de capital de risco chamada Buttercore.

Sourcepcmag

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