Respira fundo, TikTokers: o app que virou vício mundial não vai sair do ar tão cedo. Pelo menos por enquanto.
O ex-presidente Donald Trump assinou nesta semana uma nova ordem executiva que prorroga por mais 75 dias o prazo final para o TikTok ser banido dos EUA, alegando “progresso significativo” em um acordo de venda. A decisão foi publicada na rede Truth Social.
Ou seja: o prazo que terminaria agora, em 5 de abril, foi empurrado pra frente mais uma vez — e os vídeos curtos com dancinhas, receitas e teorias da conspiração continuam firmes e fortes.
Mas afinal, quem vai comprar o TikTok?
Essa é a pergunta de ouro. Por enquanto, nada foi fechado oficialmente. O próprio TikTok (ou melhor, a ByteDance, empresa chinesa dona do app) confirmou em comunicado que ainda está negociando com o governo dos EUA, mas que “existem pontos cruciais a serem resolvidos” — incluindo aprovação do governo chinês.
Entre os possíveis compradores? Oracle, Amazon, uma startup de IA chamada Perplexity, até uma coalizão de bilionários… E não, Elon Musk não tá interessado, pelo menos por enquanto.
A ideia seria montar uma joint venture onde uma empresa americana — ou até o próprio governo dos EUA — ficaria com o controle majoritário do TikTok por aqui.
Regras, prazos e um jogo de empurra
Lá em 2024, o então presidente Joe Biden assinou uma lei proibindo o TikTok a partir de 19 de janeiro de 2025, caso a empresa não se desvincule da China. O caso foi parar na Suprema Corte — e o app perdeu.
O TikTok até chegou a sair do ar por algumas horas, bem no dia 18 de janeiro. Mas voltou rapidinho, depois que Trump deu garantias de que não pressionaria o Departamento de Justiça contra as lojas de apps, caso fosse reeleito.
Desde então, o aplicativo segue funcionando, mas ficou fora da Google Play e App Store por quase um mês, por medo de multas.
A lei até permite um atraso de até 90 dias, se um acordo estiver próximo. Mas Trump já deu aquela famosa “esticada no elástico” e assinou um adiamento de 75 dias, mesmo sem um acerto fechado. E agora, sinaliza mais 150 dias de prazo — só que ninguém sabe se isso é legal ou se alguém vai contestar.
E o Congresso vai fazer algo? Meh…
A resposta curta: provavelmente não.
Mesmo o comitê republicano na Câmara, que cuida das relações com a China, soltou uma nota branda dizendo que quer garantir que a lei americana seja respeitada e que os dados dos usuários não caiam nas mãos do Partido Comunista Chinês.
Nada de ameaças, nem promessas de ações duras. No TikTok, o silêncio também chama atenção: nenhum alerta no app, nenhum vídeo novo do CEO Shou Zi Chew pedindo apoio dos usuários — só um clipe dele no Starbucks, datado de janeiro.
Enquanto isso, o foco vai mudando de lugar…
Com o TikTok no modo “vai, mas não vai”, o noticiário político americano agora se volta para outro tema polêmico: as tarifas comerciais que Trump quer impor à China. Ele até mencionou isso no mesmo post em que falou do TikTok, dizendo que os chineses estão “nada felizes” com as novas tarifas e que isso prova como elas são “ferramentas econômicas poderosas”.
Trump finalizou com um “não queremos que o TikTok fique no escuro” e disse estar animado para “fechar um acordo com a China”.
Por enquanto, o TikTok segue dançando. Mas o relógio tá correndo. E da próxima vez, pode não ter replay.